Em que momento traçamos uma rota? Um processo que tomamos como racional, mesmo que da sala para o quarto ou de casa para a faculdade, do trabalho para casa e para novamente traçar a rota entre quarto e sala. Em que momento deixamos de nos interessar pelo que há atrás da curva? Parece eternizada a sensação de estar-no-mundo quando nos deslocamos, criamos um caminho, temos uma amostra da extensão do tempo e do mundo.

Quando, por vezes, estivemos cobertos por uma espécie de não-presença - pois estar presente é condição primária à vida - e nos isolamos, vivendo nosso pequeno mundo, ilhados, incertos do rumo em voz passiva que precisaríamos seguir, vimos surgir também a vontade de estar, de colocar o corpo no mundo e aceitar o mundo no corpo. Ao mesmo tempo, há um cansaço sincero no retorno, como se tivéssemos nos acostumado ao pragmatismo do viver ilhado. Permitir que esse corpo se saia e depois retorne é um ato de domínio da liberdade que está sedenta dentro de nós e que move toda nossa presença. Em que momento está a nossa rota? E quando sair dela é necessário?

Sob orientação de Brígida Campbell e Elisa Campos, durante o Ateliê Integrado, nos propomos a traçar rotas de dentro para fora e pensar novas maneiras de estar-no-mundo, nas nossas realidades próximas e, de certa forma, impermanentes. Estes experimentos culminam, para além da cartografia, em um olhar poético para a caminhada ordinária, seja na terra, no asfalto, no tecido, no papel, no concreto ou no lugar da imaginação. Estamos presentes.
ateliê
integrado
2021_2
escola de
belas artes UFMG
_André Gibram _Clara Assumpção _Júlia Castanheira _Luiza Klinke _Maria Mendes _Paula Costa _Victória Sofia
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